Cooperativas de saúde: benefícios para todos
O modelo do cooperativismo com uma gestão inteligente é bom para todos: para o beneficiário, para o médico, para o governo e para a sociedade
Artigo publicado no Jornal O Popular em 12 de julho de 2023.

Conforme a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), existem mais de 50 milhões de beneficiários de planos de saúde, sendo, aproximadamente, 25% dos brasileiros. E, se considerarmos somente as cooperativas médicas, são mais de 19 milhões de pessoas, 38% desse mercado. O que tem motivado tantas pessoas a optarem pela contratação desses planos? Já deixo claro que é a busca pela priorização da saúde, até porque, como bem afirmara o filósofo alemão Arthur Schopenhauer, “O maior erro que um homem pode cometer é sacrificar a sua saúde a qualquer outra vantagem”.
A segurança de serem cuidados por médicos, equipes multidisciplinares, clínicas, laboratórios e hospitais preparados para oferecerem os melhores recursos da medicina são fundamentais para preservar, além do bem-estar e da saúde, a vida em qualquer circunstância. Tudo isso pesa na escolha do cidadão. Contudo, não podemos ser negligentes quanto às dificuldades financeiras enfrentadas pelas operadoras e à incredulidade dos beneficiários e dos médicos sobre os mecanismos de regulação desse setor. Esse resultado deficitário tem sido atribuído ao aumento da demanda por atendimento, ou seja, a utilização cresceu em número de consultas, exames, internações, cirurgias e terapias, após Covid 19.
Entendo que os usuários não podem ser responsabilizados simplesmente por exigirem o que têm direito: assistência digna e respeitosa. De forma semelhante, não pode entrar na conta dos médicos tal ônus, já que eles notoriamente são os principais promotores da saúde. Ademais, os resultados negativos também refletem inclusões de coberturas e medicamentos de alto custo. E não se pode negar que tudo isso tem significativo peso.
Por outro lado, várias operadoras apresentam bons resultados nesse cenário complexo. Inclusive uma das maiores operadoras do Brasil, com mais de 1 milhão de beneficiários, tem conseguido fechar a conta com saldo positivo, com seus clientes satisfeitos e com altíssimo grau de confiança. Nesse caso, mágica não foi.
Apesar da insegurança presente, a boa notícia é que muito pode ser feito para preservar esse sistema e para a balança continuar pesando para o melhor cuidado com a saúde. Ressalto que o modelo do cooperativismo com uma gestão inteligente é bom para todos: para o beneficiário, para o médico, para o governo e para a sociedade, já que todos têm vantagens garantidas.
Nessa mesma gestão, destaco que a tecnologia da informação e a inteligência artificial podem aprimorar os controles, diminuir os desperdícios e implantar prontuários eletrônicos e únicos. O que os médicos necessitam é de aliados e de suporte no gerenciamento da saúde, e não de desassistência. Além disso, os hospitais e as clínicas precisam, em uma gestão compartilhada com a cooperativa, participar mais ativamente do processo, utilizando todos os recursos necessários. Percebe-se, assim, a necessidade de implementar ações eficazes para promover a saúde preventiva, lembrando da importância de um olhar humano e personalizado.
Não vejo outro remédio senão avançar rumo à evolução, não meramente tecnológica, mas de visão e de estratégias. Para isso, o crescimento sustentável e a adaptação são inevitáveis. Defendo, dessa forma, o modelo de assistência totalmente humanizada e comprometida com as pessoas e com a vida, especialmente quando se trata de uma cooperativa de trabalho médico, a qual entregará ainda mais benefícios para todos.